terça-feira, 25 de setembro de 2012

Norte Energia maqueia condicionante em Vitória do Xingu - PA


Escola reformada conta como condicionante da construção de Belo Monte, mas será desativada.


Placa de reinauguração da Escola da Agrovila Santo Antônio, em Vitória do Xingu - Pa


Há pouco fui ver o blog da empresa Norte Energia e me deparei com a notícia de inauguração de cinco salas de aula em Anapu (http://www.blogbelomonte.com.br/2011/03/11/norte-energia-entrega-obra-relacionada-as-condicionantes-socioambientais-da-usina-de-belo-monte/  ) , obra que figura entre as condicionantes de contrapartida social referente aos impa
ctos que a construção da Usina de Belo Monte vem causando e ainda causará às pessoas que vivem na região.

Fui automaticamente arremessado pela memória à Vila de Santo Antônio, que visitei recentemente por ocasião de um dos enfrentamentos contra a construção da usina. A vila situa-se no km 50 da Transamazônica e fica bem na frente do canteiro de Belo Monte.

Entre os vários absurdos que presenciei, cabe citar a forte presença da Força Nacional, rasantes de helicópteros sobre a vila de famílias simples, detonações de dinamites diárias às seis da manhã, cujas vibrações se tornaram impensáveis despertadores cotidianos atravessando nossos corpos, antes mesmo que ouvíssemos seu estrondo. Presenciei, ainda, poços de água que foram aterrados, além do ir e vir de caminhões rasgando a estreita rua da vila, antes pacata, a cada cinco minutos, em média, nas 24h do dia, tirando água do rio pra abastecer o canteiro de obras (ainda é difícil lembrar de tanta violência sem ficar com os olhos mareados), enfim, a lista seguiria bastante ainda.

Vi um absurdo em particular, que dialoga com a notícia referida: As informações na placa de reinauguração da pequena Escola Municipal de Ensino Fundamental Santa Helena, que atende a vila. Reformada em 2011, a obra consta como uma das condicionantes que abrem caminho para a construção do nefasto empreendimento.

O porém da questão é que as famílias estão sendo pressionadas a abandonarem (e muitos já abandonaram) suas casas pela ação da empresa (visitas indesejadas, pressão pra que assinem o termo de desapropriação) e pelo aparato policial do estado, este ou por pressão psicológica direta, ou por omissão quanto às ações da Norte Energia.

Enquanto estivemos por lá, a notícia corrente era de que a escola fecharia após a conclusão do ano letivo de 2012 (também como forma de pressionar as famílias a abandonarem a vila). Então fica a pergunta: contrapartida para quem?

ps.: Notem que, para coroar a absurda afirmação de poder, alteraram até a logo institucional da prefeitura do município de Vitória do Xingu, que agora ostenta o desenho de uma barragem.


Adesivo fixado em um dos carros da Secretaria de Educação de Vitória do Xingu.


Texto e fotos: Kleyton Silva

terça-feira, 19 de outubro de 2010

UFPA TRANSFORMA OBRA DE ACESSIBILIDADE EM OBSTÁCULO PARA PESSOAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS (PNE).

Os estudantes Agnaldo Silva e Cleonilda Maués desaprovam a linha-guia

Por Kleyton Roberto Souza da Silva e Mara Tavares*.


Imagine o dia-a-dia de Agnaldo da Silva Barros, aluno do curso de Letras da Universidade Federal do Pará (UFPA), onde cursa o sexto semestre. Suas tarefas se parecem com as de qualquer outro estudante, mas o risco de chegar atrasado para as aulas é maior não só por causa dos engarrafamentos, mas porque Agnaldo é cego.
Dentro e fora do campus universitário, tanto Agnaldo como vários outros alunos com diferentes tipos de deficiência precisam, todos os dias, transpor obstáculos como altura de calçadas, sinalização inadequada de espaços e vias públicas. Por isso, a UFPA iniciou a construção de faixas de pedestres adaptadas com faixa-guia, a fim de assegurar o acesso dos deficientes visuais e cadeirantes ao campus do Guamá.
A reportagem do parauara convidou a estudante de Pedagogia Cleonilda de Nazaré Correa Maués, cadeirante, e o próprio Agnaldo Barros para testarem a utilidade da faixa.
            A faixa-livre foi construída respeitando a norma técnica da ABNT n° 9050, mas apresenta curvas, umas sinuosas, outras em 90 graus, que somadas à falta de sinalização adequada podem, inclusive, oferecer risco à segurança daqueles a quem ela deveria beneficiar.
            Dificuldade
Agnaldo tentou cumprir o percurso e relatou a dificuldade encontrada diante das limitações da obra. “Eu transitei aqui e verifiquei que, além de não estarem retas, as faixas eram colocadas em curvas sem saída. Eu andava pra frente, grama. Pra esquerda, grama, para trás pista, ou seja, eu ficava sem saída. Pra eu percorrer o meu caminho, eu teria que sair da faixa-guia e andar sem qualquer segurança pela calçada.”
            Cleonilda Maués também encontrou dificuldades para percorrer o caminho de curvas fechadas do bosque e ressalta que tarefas básicas como o deslocamento até a Biblioteca Central podem se tornar uma verdadeira odisséia para quem é cadeirante. Sem prédios, calçadas e transporte interno adaptados, a universidade garantiu o ingresso, mas está longe de assegurar a estrutura básica para a permanência desses alunos e o seu trânsito com autonomia pelo campus.
            Agnaldo e Cleonilda revelam uma inquietação que não tem paralelo nas entrevistas realizadas com o arquiteto responsável ou com o diretor de infraestrutura da UFPA. Os alunos com deficiência não foram chamados para acompanhar a discussão, a aprovação e a execução do projeto. “O grande problema é que colocam pessoas não gabaritadas para corrigir esse problema”, explica Agnaldo.
            A obra, de 478.993, 69, às margens do Rio Tucunduba, iniciada em 4 de janeiro de 2009, deveria ser entregue em 90 dias, mas sofreu um atraso porque não houve uma avaliação precisa sobre as fundações do terreno. Essa responsabilidade ainda não foi levantada, conforme relato do diretor de infraestrutura, Reinaldo Notta, que disse, ainda, que qualquer modificação, no sentido de adaptar o que está em andamento, precisará passar por um novo contrato de serviço.
             O arquiteto Jorge Derenger, responsável pelo projeto, informou que a instalação da faixa-guia não constava da planta original, e que a adaptação foi realizada mediante a preocupação central com o ajuste ao terreno acidentado, com a unidade estético-paisagística e com a preservação das árvores do bosque.
            Barreiras
            O ministério da Educação, através da portaria n° 3.284, de 7 de novembro de 2003, estabelece que a supressão de barreiras arquitetônicas, entre outras, sirva como critério de avaliação e reconhecimento e de credenciamento de instituições de ensino superior junto ao MEC.
            Entretanto, a linha guia que está sendo construída junto à faixa-livre, com o objetivo de facilitar o acesso de pessoas com deficiência, apresenta várias curvas acentuadas que lhes tiram a razão de ser, a funcionalidade, relegando à figura humana o último lugar na lista de prioridades.
Ainda conforme a Lei de Acessibilidade n° 10.098/2000, Art. 4°, as vias públicas, os parques e os demais espaços de uso público existentes deverão ser adaptados, obedecendo ordem de prioridade que vise à maior eficiência das modificações, no sentido de promover mais ampla acessibilidade às pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida.
            As pessoas com deficiência, sejam estudantes, professores ou qualquer outro usuário de um dos serviços prestados pela UFPA, não poderão se deslocar com autonomia pela linha guia/faixa-livre construída com essa finalidade. Ainda assim o diretor de infra estrutura, Reinaldo Motta, afirma que “não houve dano ao erário público.”


*A fotografia é de autoria de Mara Tavares

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Características do web jornalismo a partir dos conceitos de Palácios, Bardoel e Deuze no site R7.

http://www.r7.com/home.html

         Após o exercício de leitura do artigo Características e implicações do jornalismo na Web, de Luciana Mielniczuk, buscou-se identificar as características apontadas como específicas ao jornalismo voltado para a web em sites de agências de notícias disponíveis na rede.

        Segundo a autora, para os pesquisadores Bardoel e Deuze (2000) é possível identificar as seguintes características:

a) Interatividade, aqui entendida como os elementos que propiciam ao leitor, em contato com a notícia, sentir-se parte do processo de produção, de variadas formas, como através do contato com o autor, ou através do hipertexto, ou do contato com outras pessoas, por exemplo.

        Em visita à página do site de notícias "R7", intitulada "Polícia prende sete durante greve no Rio", de 12.03.2010, verificou-se vários meios de interatividade abaixo listados:

      1. um link, abaixo da matéria, chamado espalhe por aí, através do qual o leitor pode compartilhar o conteúdo da matéria com outros indivíduos.
      2. Na coluna à direta da tela, Há um link a partir do qual é possivel enviar denúncias a um dos programas.

b) Customização de conteúdo
       Consistiria, segundo a autora, no uso de recursos de individualização do seu conteúdo. Quanto a este aspecto o site R7 se apresentou muito limitado, observando-se que a separação de temas em uma coluna lateral (na primeira página) lembra muito o formato de jornais impressos.

c) Hipertextualidade
      1. O site disponibiliza um quadro chamado confira também, em que se encontram links para outras matérias relacionadas àquela.


d) Multimidialidade
       Quanto a utilização de mídias diversas o site se mostra mais versátil, utilizando fotografia e vídeos, por exemplo, muito embora o resultado final provoque certa poluição e, por conseguinte, perda de foco.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

A importância da tecnologia para o desenvolvimento da humanidade.

Creio que seria mínima a margem de erro global se considerasse que, no instante da proposição deste tema para desenvolvimento de um texto, tivessem saltado às nossas cabeças imagens digitais, satélites, celulares ou algum termo que nos remetesse ao recente desenvolvimento de toda sorte de equipamentos eletro-eletrônicos.

Quando iniciei uma pequena pesquisa,  a fim de que norteasse o melhor aspecto do tema a abordar, dei com os olhos no seguinte excerto: "1291 - Na Itália surgem os primeiros espelhos."  A lista aí iniciada com o objetivo de registrar algumas das principais invenções tecnológicas da humanidade ocuparia ainda muitas e muitas linhas, sendo que  a associação de alguns aqueles itens à palavra inovação soaria bastante estranho à nossa geração.

O Microscópio (1590), a bateria elétrica (1800), a primeira fotografia (1839), o rádio (1901), o primeiro polímero sintético (1907), são alguns dos elementos daquela longa lista com a qual me deparei. O fato é que boa parte dos materiais e equipamentos de que hoje dispomos muito facilmente já significou, em algum momento da história, um grande avanço tecnológico.

Para os exemplos mais recentes e largamente sentidos, observamos em alguns sites mais audaciosos (www.qmc.ufsc.br/qmcweb/artigos/polimeros.html) que no futuro seremos lembrados como a "Era dos Plásticos"; ou ouvimos com frequência que vivemos na "Era da Informação". Percebemos, assim, que a revolução tecno-científica imprimiu uma nova relação entre os meios de produção, implicando a criação de nova infra-estrutura para sociedades cada vez mais complexas.

Esse processo fez com que o sistema de transporte de informações, mercadorias e pessoas no mundo, por exemplo, sofresse transformações sem precedentes. Novas demandas surgiram, como consequência, desde o campo da produção até o setor de serviços, determinando, assim, não apenas as relações interindividuais como também a nova e complexa rede econômica entre estados-nações.

O extranhamento inicialmente apresentado é ilustrativo de que, embora se trate de um processo extremamente acelerado pela revolução técnico-científica, o desenvlvimento de novas técnicas e as implicações do surgimento de novas tecnologias não se trata de um processo recente, ao contrário, tem seu desenvolvimento intimamente ligado a superação histórica das necessidades humanas.

terça-feira, 30 de março de 2010

Sejam bem vindos!

Oi, gente!

desculpem-me pelo atraso, perdi o expresso 2222. Ok, não é meu costume chegar atrasado a compromissos, mas, como estudante de vestibulinho, acabei encontrando alguns contra-tempos no trajeto.

Vamos ao trabalho!

ps.: Kalinka, estamos começando bem, mas eu gostaria de propor que pudéssemos, nas pesquisas de sala, acessar espaços de imprensa alternativos. ok? como o Mídia Independente, se puderes ( e quiseres) dá uma olhada neste : http://www.pstu.org.br/ ( tem um link sobre textos imprensa operária, muito massa).